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Menos árvores para um sol

Natal é uma cidade engraçada.

A cidade do sol está literalmente construindo um sol no meio dela mesma. O arena das dunas. Uma maravilha para todos desfrutarmos igual aos parques públicos ou ruas arborizadas. As árvores são casas!

Mas não é simples assim, o sol precisa de espaço e de acessos. Os acessos servem para os carros, pois eles desf de todos os felizes natalenses que desfrutam do belo serviço de transporte coletivo dessa cidade que tem um potencial de existir, sem essa necessidade de CRESCER pra os lados ou pra cima, incluindo em cima do pouco de verde dos interstícios da cidade.

Esse mosaico-cidade tem uma plataforma cada vez mais comum. Vem diminuindo o verde fundamental de nossas ruas, além de privilegiar uma cultura da ocupação simplista do espaço urbano. Árvores provavelmente serão derrubadas, pois elas não impedem o crescIMENTO da cidade. Próximo ao antigo Machadão serão construídos os túneis, viadutos e vias para melhorar o trânsito no local. O problema é que exatamente essas obras atrapalham a mobilidade das pessoas na cidade, dando vez á lógica do carro como principal forma de se mexer nessa pequena cidade que é Natal

Fui acompanhado de mais um que queria saber o que é aquilo. Mas um só, ou dois podem fazer demais, mas fizemos. Constatamos que 61 árvores serão retiradas de seus lares, suas casas para dar lugar a uma mega estrutura dessa.

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Por que viaduto e não um sistema de integração de ônibus para as pessoas? Provavelmente as árvores seriam aproveitadas para sombreamento da área, possibilitaria o acesso rápido ao estádio, sem o uso do carro. Será que todos os ciclistas vão usar o carro? E onde vão colocar perto do estádio. É meio que irresponsabilidade social e preferências escusas. Derrubar árvores já era e ninguém sabe. Quem quer estacionamento no sol? Nem eu, mas concretar tudo não ajuda.

Essa seria uma boa proposta…

Certamente menos árvores seriam derrubadas.

Quanto ao sol construído acho que ele vai irradiar um calor agradável quando começar a refletir com força as luzes de seu pai. O sol fraquinho de Natal, cidade com uma das maiores incidências de raios UV do Brasil! Fantástica escolha… Nem umas plaquinhas solares? Gerariam energia e diminuiriam o calor daqui.  Galera antenada do que tá acontecendo no mundo, viu?? Super vanguarda. Os irresponsáveis do meio ambiente.  Perdoem os que sentiram. Só uma opinião!

O planejamento é tão levado à sério, que algumas árvores não chegaram nem a crescer.

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Outras são antigas e ainda são aproveitadas para dar um sombrinha, que ninguém vai ficar embaixo do sol.

IMG_2022Acho que será uma das últimas e fica bem de frente onde já poem as “placas refletoras” que vão contribuir para a dirigibilidade local e esquentar um pouquinho mais.

Ficar em casa, não muda nada. Tem que se ir pra rua. Se precisar, fico agarrado com uma dessa. Sei de casos que funcionaram. Minha filha vai viver onde, quando eu me for? E meus netos? Pensar no futuro é bom, mas é importante viver essa cidade de agora com vistas a uma boa cidade amanhã.

Tantas coisas importantes pra si fazer e o pessoal ainda preocupado com viadutos.

Que cidade engraçada! Mas ela não se faz engraçada sozinha. Ainda tem gente que acredita diferente e faz diferente.

Vou plantar árvores no bairro que moro e espero que o sol dali não chegue aqui.

É preciso integrar os aspectos urbanos. Arborização e mobilidade e saúde e lazer  e economia e educação…. Unidos, fica muito mais provável promover a qualidade da vida para as pessoas. Prioridades da cidade.

Uma provocação sobre o “despertar” do gigante (?)

Interessante a visão que alguns jovens têm sobre essas manifestações e a participação de partidos políticos. Alguns entrevistados na matéria do Mercado Ético (cedida pela Envolverde/IPS), não sou de partido político nenhum, mas como sempre existem pessoas que discordam, e espero que isso seja respeitado, como não foi no movimento maior pela mudança de paradigma, para uma melhor governância do território “Brasil”.

Discordo um pouco dessa abordagem “apolítica”. Estamos confundindo bastante o APOLITISMO com APARTIDARISMO. Todo ato é um ato político com consequências na sociedade, cada jovem apartidário que participou do movimento apresenta uma abordagem política, que pode ser muito fraca, forte e, entre outros, uma verdadeira despolitização. Alguns estavam ali para “mudar o Brasil”. Como assim? Mudar como? Quais suas bandeiras? Vamos derrubar a corrupção? Como? É mais do que um Fora Collor ou Diretas já.

O povo mostrou (e não ACORDOU, pois vi muito filhinho de papai, classe média, assistindo ao jogo no dia seguinte) que tem número, indignação. Nesse sentido, o movimento é extremamente válido, mas muitos se encontravam perdidos na mutidão, como se estivessem num carnaval fora de época.

Essa história de não participação de partido político lembra uma tal ditadura, fascismo. Os partidos foram importantes para a modificação do país no passado e precisam, no mínimo, ser considerados, não apadrinhar o movimento. Confesso que no começo também concordava com esse apartidarismo, até porque alguns realmente se aproveitam da manifestação popular, mas depois das idiotices que ouvi de um movimento que contou basicamente com classe média lutando por poder e uma boa maioria sem argumentos válidos de luta… Boa parte desse pessoal nem sequer vai a uma plenária (nem sabe o que é isso) para deliberar as diretrizes de uma ato. Na plenária de algumas cidades foi decidida a participação de partidos políticos. Chegando na manifestação, playboyzinhos encapuzados começam a insuflar confusão, dizer que vai pegar bandeira, vai queimar… Isso é tirania, esse é o vandalismo que os partidários no poder fazem. Precisa ser rechaçado!

Vi poucas comunidades em favelas do Rio e outras cidades participarem e levantarem suas bandeiras. Se esse povo das comunidades mais carentes se jogasse nas ruas, o caldo dessa sopa seria muito mais válido. Pois eles têm reivindicações mais sinceras e urgentes. Segurança de fato, que parte de uma plataforma de educação condizente com a necessária por jovens semianalfabetos. Então, mais escolas, que retratem o contexto local e aceitem a participação dos pais com maior veemência. Um projeto de saúde que contemple o atendimento sem necessidade de plano de saúde, que recebem muito apoio do governo. Seja por mais unidades de saúde ou por uma política de humanização. O dinheiro do povo precisa ser revertido para o povo, portanto, participação em voto nas decisões das câmaras, senados, parlamentos em geral. Cultura local reconhecida e não esquecida, conhecimento tradicional considerado ouro. Menos impostos para nós, menores salários para os politiqueiros de merda (participação nas câmaras), por que não podemos votar isso!?!? Saneamento, integração do planejamento urbano… Isso são bandeiras que essas pessoas nem se tocam… Pelo fim da corrupção!!??! Como?!

E o movimento dessa magnitude não é pelo Brasil, mas por um território em meio ao globo. É um símbolo para o mundo! Vamos extrapolar esse ufanismo insensato e perceber que estamos conectados com outras sociedades.
No mais, mostramos aos governantes partidários (muitos politiqueiros que merda) que o povo está indignado, por mais que tenha sido a expressão de uma parte do povo.
O gigante acordou!! Pode até ser, mas ainda está deitado de olhos abertos e cobertinho. É preciso que ele se levante e lute de verdade.

Grato pelo espaço!

Brasil

brasil

Mais um pras estatísticas?

Podia ser!

Voltando pra casa, depois de um dia puxado de trabalho (eram umas 23:40 h), apenas 9 horinhas diretas, pedalando, pensando na minha filha que está pra nascer, minha mulher (trago um sanduíche pra ela’s). Tudo bem. Sinais abrem a meu favor, tudo verde, pedal maravilhoso de costume, com força nas coxas e cabeça de criança.

Até o momento que uma motorista me força a entrar num posto de gasolina. Mas eu nem queria! Não preciso de gasosa. Ela me dá uma bela trancada! Mas de uma maneira bem violenta! Fico indignado. Se fosse em outros tempos, nem ligaria, desviaria, teria ficado puto e ia embora apenas reclamando comigo mesmo. Mas dessa vez não. Segui essa louca até onde ela estacionara, quando já ia falando: “Minha tia, assim a senhora pode machucar um!! Pode matar um!!”

Até estacionar, ela quase atropelou uma pessoa que cruzava o posto, quase bate em um carro e na bomba de combustível. Tava boa, hein!?! Imaginei.

Um amiguinho do banco de trás do carro dela vira pra mim na maior cara lisa e faz sinal de que ela está embreagada. Como se depois disso, eu devesse pegar minha bici e deixar pra lá, pois a bixinha estava bêbada… Sabe aquele sinal de que se diz “vamo tomar uma?”, com o polegar direcionando pra a boca!!!?!?! Pois é! Tudo que eu precisava ver… Se bem que já imaginava o que estava dirigindo. Um “veículo” alcoolizado dentro de outro…

Meus dizeres mudaram: Minha senhora… A senhora mata um pai de família! Sabe o que é direção defensiva? A senhora mata um. Minha filha tá me esperando em casa, dentro da barriga da minha mulher. Ela tá de 9 meses! Acabo e sair do trabalho e vou pra casa. Sabe o que é isso!?

A pergunta dela, gritando e cambaleando, enquanto o amigo se encosta no vidro traseiro do Chevrolet prisma placa HXY5778 – Mossoró RN: Matei você?! Matei você?

Quer dizer que precisa matar pra reconhecer que fez merda?! Que pode arrancar uma vida? Que, só assim, estaria errada!?

Saí do posto, depois do espetáculo que fiz questão de armar. Foi uma oportunidade de todos ali visualizarem como podem ferir ou arrancar vidas dos outros dentro de seus carros (que podem ser armas letais). Na saída do posto, um companheiro num carro, me para e diz: Vai ao posto da rodoviária do outro lado. Fui ao posto da polícia estadual de trânsito do RN praticamente do outro lado da rua. Ou não se interessaram, ou tiveram prequiça de fazer o retorno e chegar junto daquela quase assassina. Mandaram entrar em contato com a PM, pelo 190. Chegaram, anotaram a placa, foram um pouco mais atenciosos, mas não puderam fazer nada, pois ela estava parada, comendo seu lanchinho.

Nada mais pode ser feito! Sei não… Armas livres nas mãos de bêbados…

Esse fim de semana, domingo (07/04) vai rolar um ghostbike em São José do Mipibu. Uma criança foi vítima! E ciclistas, cicloativistas, parentes e mais pessoas seguirão até o local para simbolizar mais uma vida retirada pela estupidez no trânsito. Antenem-se!

Menos violência no trânsito!

Guarani, todos somos

 

Via Quadrinhos Rasos

Riqueza Brasileira

O povo brasileiro é, de fato, rico. Imaginem, para quem faz impréstimo, que “pagamos” uma das maiores taxas de juros do mundo. Enquanto nos EUA e alguns países da Europa se paga 16-19%, em alguns de nossos vizinhos sulamericanos se paga entre 50 e 60% ao ano, no Brasil, país de “bilionários”, paga-se a bagatela de 238%.
Mas por que isso, se as bandeiras (traduzindo, agiotas dos empréstimos, cartões de crédito e bancos) são os mesmos que existem no mundo? E o pior, como é que o brasileiro aceita isso calado, mesmo sendo escancarado aos olhos e rins?
Simples! Somos ricos. Numa crítica, não me lembro agora de que personalidade americana, houve a menção de que temos a maior reserva de água do mundo, pagamos preços elevados por automóveis, alugamos e compramos imóveis a preços deveras altos e vivemos dizendo que os outros países são ricos.
O banco central (bc em minúsculo mesmo), tem instâncias de controle dessas taxas abusivas, mas segundo a porta-voz jornalística disse: “Não sei porque o bc não controla essas taxas!” Eu já posso até imaginar. Alguma coisa se ganha com as montanhas de juros que os brasileiros pagam. Nenhum deputado, banqueiro ou grande investidor tem ideia disso… Até porque, quando bancos quebram, quem ajuda é o tio bc.
O pior de tudo. Os brasileiros enchem o mês de empréstimos, pagamentos com cartões de crédito e mais, ainda estão loucos pelo consumo desenfreado e ingênuo do ponto de vista ambiental e econômico. Esse é a principal doença. Consumir é tudo!
Atente para a conta de luz, água, telefone (…) de sua casa! É um assalto! Se prestar atenção, algumas delas têm o valor das taxas maior do que a do uso do serviço. Mesmo assim, continuamos a consumir estes recursos de maneira desenfreada. Boicotes a essas concessionárias, deveriam ser o mínimo a fazer. Não falo de calote, mas de redução, para que sintam.
Se o tio bc num faz nada, por que não fazem os cidadãos? Enquanto nada for feito – Ocupy bc, boicote a cartões de crédito, reclamações em massa, redução massiva no consumo para que eles sintam na pele, que nós os financiamos -, continuaremos os cordeirinhos preferidos dos megaempressalafrários.
Um dos problemas é que queremos economizar, para consumir mais.
Segura os juros, caboco.

15 ou 20? 3 ou 5?

São Paulo com temperaturas mais quentes nas madrugadas e sem chuvas a 65 dias; Rio de Janeiro com 41º durante o dia, e o pior, sem água nem pra o banho (ÁGUA!!) em algumas regiões porque as reservas que abastecem a baixada fluminense estão baixas; chuva que leva casas de pessoas no sul do Brasil; ventos fortes no Rio Grande (RS), Minas Gerais com secas brabas e por aí vai.
Abancada ruralista no congresso conseguiu aprovar a medida provisória que muda de 20 para 15 metros, a área de mata ciliar para rios de até 10 metros. Pelo que vejo, um contrasenso estúpido diante de tantas evidências de que o ambiente natural no Brasil pede conservação e preservação. Em contrapartida, tem-se dado cartas brancas para os gigantes do agribusiness, apoiando plantios assassinos, cheios de agrotóxicos da soja, milho, cana, ou para os criadores de gado.
Sinceramente, entre 15 e 20 metros, prefiro 20. O que isso tem a ver com as cidades? que é que se tem feito diante de tanta destruição institucionalizada nas áreas naturais ou urbanas?
Em Natal, temos o caso da obra de MACAQUEAMENTO da Av. Roberto Freire, que recebe uma estrutura desnecessária do ponto de vista da mobilidade urbana. Primeiro, porque vão “comer” parte de um dos maiores parques urbanos do Brasil, o Parque das Dunas, para poder implementar as 5 rodo-faixas de cada mão da avenida. Onde as pessoas ficam nessa história? Mais uma vez, a cidade está sendo construída para os carros. Depois, os 228 milhões de Reais (Quê? Hein? Essa verba, certamente vai para o bolso de muito empreiteiro) poderiam ser melhor aplicados na frota de ônibus da cidade, para montar novas estratégias de mobilidade urbana baseadas no transporte coletivo e sua integração com outros modais, como metrô, VLT, trem, regularizar vans, incentivar o uso da bicicleta e facilitar o acesso à mobilidade para as pessoas com necessidades especais (acessibilidade).
A sociedade civil tem se organizado e tentado boicotar essas atrocidades urbanas. Vivemos nas cidades e precisamos impedir a destruição natural e urbana.

Cidade para as pessoas

Mão na cabeça, é a força nacional

A força nacional tá em Brasília! Fantástico! É como se o mundo fosse salvo, até porque a meta é reduzir a criminalidade a “ZERO” (pasmemos, 0, oi de boi…), segundo o secretário de segurança de lá.
Enquanto alguns se sentem mais seguros, e não discordo disso, outros se sentem lesados. Enquanto se elogiava a presença dessa força-tarefa, acontece uma abordagem a motociclista quando a reportagem passa na TV. Detalhe: o guardinha da FN simplesmente manda o cara deitar no chão. Frases que imagino o puliça deve ter usado: “Mão na cabeça! Desce da moto! Deita no chão!” Minhas perguntas: “Quê? Como assim? O cara era ladrão?” Que tipo de abordagem é essa? Distante, com o fuzil na mão (como se já não bastasse a força), aponta pra o chão enquanto o figura (coitado), com as mãos na cabeça, num sabe o que fazer, a não ser movimentos lentos e SEGUIR ordens, mesmo que possa ser um cidadão de bem. Absurdo de abordagem! Mas é para a segurança NACIONAL da população de brasília, incluindo evitar sequestros de filhos de personagens do senado ou da câmara, sei lá.
Diante dos números de sequestros relâmpagos, depois do sequestro da fia de um figurinha mei grande, colocou-se a boca no trombone e tomou-se alguma ação. Ainda bem que ela nada sofreu, a não ser o susto. Foi corajosa e se jogou do carro. Mas para mim, ou por simples coincidência, só depois disso é que essa puliça foi chamada.
O que ressalto é a abordagem! Estão lidando com pessoas, que podem não ser marginais.
Nem todo mundo é bandido. Espero que peguem mensalões pelas estradas…

Experiência

“Experienciar é vencer os perigos. A palavra experiência provém da mesma raiz latina (per) de “experimento”, “experto” e “perigoso”. Para experienciar no sentido ativo, é necessário aventurar-se no desconhecido e experimentar o ilusório e o incerto. Para se tornar um experto, cumpre arriscar-se a enfrentar os perigos do novo.”
Yi-Fu Tuan-Espaço e lugar: a perspectiva da experiência