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A desigualdade desmascarada

“… é manifestamente contra a lei da natureza, de qualquer maneira que a definamos, que uma criança mande num velho, que um imbecil conduza um homem sábio, ou que um punhado de pessoas nade no supérfluo, enquanto à multidão esfomeada falta o necessário”

                                                                                                                                                                          Rousseau

Como fazer uma mudança

Saúde jogada fora

Quanto custa um carro para a sociedade?
Isso ainda é novidade para alguns…

15 ou 20? 3 ou 5?

São Paulo com temperaturas mais quentes nas madrugadas e sem chuvas a 65 dias; Rio de Janeiro com 41º durante o dia, e o pior, sem água nem pra o banho (ÁGUA!!) em algumas regiões porque as reservas que abastecem a baixada fluminense estão baixas; chuva que leva casas de pessoas no sul do Brasil; ventos fortes no Rio Grande (RS), Minas Gerais com secas brabas e por aí vai.
Abancada ruralista no congresso conseguiu aprovar a medida provisória que muda de 20 para 15 metros, a área de mata ciliar para rios de até 10 metros. Pelo que vejo, um contrasenso estúpido diante de tantas evidências de que o ambiente natural no Brasil pede conservação e preservação. Em contrapartida, tem-se dado cartas brancas para os gigantes do agribusiness, apoiando plantios assassinos, cheios de agrotóxicos da soja, milho, cana, ou para os criadores de gado.
Sinceramente, entre 15 e 20 metros, prefiro 20. O que isso tem a ver com as cidades? que é que se tem feito diante de tanta destruição institucionalizada nas áreas naturais ou urbanas?
Em Natal, temos o caso da obra de MACAQUEAMENTO da Av. Roberto Freire, que recebe uma estrutura desnecessária do ponto de vista da mobilidade urbana. Primeiro, porque vão “comer” parte de um dos maiores parques urbanos do Brasil, o Parque das Dunas, para poder implementar as 5 rodo-faixas de cada mão da avenida. Onde as pessoas ficam nessa história? Mais uma vez, a cidade está sendo construída para os carros. Depois, os 228 milhões de Reais (Quê? Hein? Essa verba, certamente vai para o bolso de muito empreiteiro) poderiam ser melhor aplicados na frota de ônibus da cidade, para montar novas estratégias de mobilidade urbana baseadas no transporte coletivo e sua integração com outros modais, como metrô, VLT, trem, regularizar vans, incentivar o uso da bicicleta e facilitar o acesso à mobilidade para as pessoas com necessidades especais (acessibilidade).
A sociedade civil tem se organizado e tentado boicotar essas atrocidades urbanas. Vivemos nas cidades e precisamos impedir a destruição natural e urbana.

Injustiça e irresponsabilidade social

Copa de 2014, cidade de Natal-RN e como órgãos públicos e demais (ditas) autoridades lidam com descaso. Descaso com pessoas que estão enraizadas em determinados locais e terão que sair de suas casas. Como assim? As obras de (des)mobilidade urbana, aquelas típicas, cheias de artifícios voltados para a infra-estrutura apenas.

Quanto investimento seria necessário para reestruturar estratégias de mobilidade? Provavelmente menos do que o que será roubado para construir autopista para quem? Para carros, as cidades precisam ser construídas para as pessoas. Essa é uma estratégia presente em diversos países, com programas que caminham para cidades mais sustentáveis em diversos aspectos, sem impedir o danado do desenvolvimento. Não precisamos de mais ruas e avenidas pra carros à custa de desapropriação, poluição urbana, derrubada de árvores e transtornos. São necessários investimentos em sistemas de transporte urbano mais eficientes economica e ecologicamente, socialmente inclusivo e integrando diversos modais (ônibus, metrô, VLT, .

Elas, até agora, não tiveram esclarecimentos sobre o processo de desapropriação que poderão passar no futuro. Um verdadeiro nojo que o governo do estado, a prefeitura da cidade e as secretarias envolvidas.

Dêem uma olhadela nos dois links abaixo e vejam um documentários dos alunos de Comunicação da UFRN.

http://apublica.org/2012/07/audiencia-publica-em-natal-nao-resolve-problema-dos-atropelados-pela-copa/

http://apublica.org/2012/06/os-atropelados-pela-copa/

Você que está aí parado (no engarrafamento), saia do carro e vem pro nosso lado. Se liga que mais ruas construídas de forma injusta e irresponsável podem te afetar também direta ou inderetamente…

Mobilidade e distanciamento

Bem, os números estão aí! Não que sejam as coisas mais importantes, mas retratam a barbárie econômica, social e ambiental dos sistemas de transporte das grandes cidades brasileiras (e porque não – já – das pequenas). Solução?? Não! Acredito em soluções. Integração é uma palavra de extrema importância. Integração dos modais de mobilidade urbana (ônibus, bici, metrô, bonde, carroça…), integração economológica (econômica e ecológica, pois o radical Oykos – casa está nos dois), integração da sociedade…
Concordo com essa perspectiva de consciência classista e acredito que uma saída da zona de conforto seria indispenável. Romper determinados medos e prerrogativas ligados ao falso status sustentado pela maioria do povo brasileiro. A ideia de poder que está no transporte privado, o qual sofreu grande influência desse capitalismo primata.

É importante atentar para uma autonomia coletiva, nas microrevoluções interiores que extrapolam nossas mentes, nossos corpos e se transformam e lutas de classes conscientes da mudança necessária. Vivemos numa rede de interdependência. Essa rede tem sido pende para o lado dos carros, quando seus proprietários (ou propensos) recebem subsídios que os encorajam a comprar mais veículos, enchendo as ruas de pessoas em caixas de fósforos metálicas ambulantes, isoladas dos barulhos do mundo em seus ares condicionados portáteis, que são climas artificiais endeuzados. Isolam o contato social mínimos das ruas, onde cruzamos com pessoas a todo momento. Os cheiros das cidades… Qual o cheiro da sua cidade? Dentro do seu carro fechado não se sente.

Enquanto isso, os números estão aí!! Quem paga pela desgraça no trânsito são os usuários do sistema de transporte público. Que contrasenso?? Enquanto as ruas são tomadas por mais carros, cada vez mais, todos os dias, mais pessoas sentem a desgraça imparcial dos benefícios nos cofres públicos de prefeituras que só pensam em lucrar às custas da sociedade. Projeto? Só de infra estrutura. Não existem projetos de cunho estratégico, e se ocorrem, são ínfimos em relação á construção de estádios pra copinhas, alargamento de avenidas, construção de viatutos… Pra quem? Não para as pessoas, mas para os carros. Os carros não movimentam as cidades, as pessoas são o sangue urbano e são elas que carregam nutrientes e curam doenças das urbes.

Suma importância nos localizarmos. Ter senso crítico sobre nossa situação, mas colocar-se no lugar dos outros. Ouvi uma vez: Todo ponto de vista é a vista de um ponto! Se somos vários pontos, precisamos nos transpor para outras situações e tentar ver por outros ângulos, outras luzes e cores, que da nossa perspectiva parecem inexistir, mas estão ali apenas esperando uma oportunidade de atenção. ATENÇÃO!

Ainda acredito no brilho do bom senso. Daqueles que parecem com o sol que surge depois de um dia nublado. Ilumina tudo! É o que falta para os citadinos e cidadãos. Precisamos de bom senso para andar nas ruas, lidar com os problemas urbanos, sociais, políticos, educacionais… E se colocar no lugar do outro, pode trazer lampejos de bom senso. Acredito na mudança. Se ela vem de uma hora pra outra, não sei, até suponho que não, mas ela sempre vem, e que a mobilidade urbana no mundo tende a mudar, isso é mais um processo da rede.

Desconstruindo a cidade

Proposta: Sistema de Transporte Integrado Em Natal e Região – Cidade Democrática

Vamo mudar?

Proposta: Sistema de Transporte Integrado Em Natal e Região – Cidade Democrática.

Essa merda tem que mudar.

Valeu

Como assim, “de saco cheio de pedalar”?

Olha o que a galera da General Motors propôs em uma de suas campanhas publicitárias…

O cúmulo do cúmulo!! Sei não, hein!??! É muita cara de pau.

“Em uma nova campanha publicitária, a frase “Reality sucks” acompanha a foto de um ciclista ao lado de um carro e, dentro dele, uma mulher o observa. Qual “realidade” estaria enchendo o saco? Esqueça o tráfego congestionado que poderia estar travando o carro ou a poluição no ar da cidade.  A moça em questão não parece estar estressada. O ciclista é que está envergonhado. Ao lado, a frase: “Pare de pedalar… comece a dirigir”.

A propaganda, veiculada em jornais de universidades dos Estados Unidos, é da General Motors, uma das maiores montadoras automobilísticas do mundo. Propõe descontos especiais para o público universitário na compra do Chevrolet Sonic 2012 ou do 4×4 GMC Sierra 1500. Os estudantes americanos, no entanto, não se sentiram atraídos pela oferta. O anúncio foi reprovado e acusado de tirar um sarro dos ciclistas ou de quem não tem carro.

Além disso, a propaganda vai contra a tendência de aderir à bike como alternativa de transporte em cidades entupidas por carros, poluição e que sofrem com o aumento das emissões de gases do efeito estufa. (Leia mais na reportagem “Se essa rua fosse minha“).

Desde a divulgação, a GM tem recebido inúmeros mensagens em seus canais de comunicação. Vários sites e blogs se mobilizaram para incentivar mais pessoas a fazer isso. Segundo o jornal Los Angeles Times, um porta-voz da montadora se desculpou, afirmando que o anúncio foi desenvolvido junto a universitários e sua  intenção era ser atrevido e bem-humorado, sem ofender ninguém. Os feedbacks estariam sendo ouvidos e considerados para mudar a campanha. “Nós respeitamos os ciclistas e muitos de nós somos ciclistas” disse Tom Henderson.”

Fonte: Página 22

Acidente?

Imagina quantos carros há no Brasil?

São aproximadamente 65 milhões de veículos nas ruas e o incremento em 10 anos foi de 119%. 119%? Será que temos área o suficiente para colocar carros nas ruas? E se fôssemos compensar esse impacto ambiental, quanto de área seria necessário? Coletar o CO2 emitido por esta frota exige uma área 11 vezes maior que a mata atlântica atual. O que é pouco, pois é uma das áreas críticas para conservação, com espécies endêmicas de importância incalculável para a economia que conhecemos hoje em dia.

Que tipo de acidente é esse? São dois tipos que vejo no momento, mas existem mais. O de grande escala, que coloca a arma veículo como um destruidor de qualidade de vida em termos globais, acrescentando mais Carbono na atmosfera desde a sua produção, sucateando áreas verdes nas cidades por conta de vias e autoestradas que precisam ser construídas e a saúde nos centros urbanos brasileiros, que é afetada diretamente pela má qualidade do ar, por exemplo.

Podemos citar um tipo mais grave! Os “acidentes” proporcionados pelos carros nas ruas. Quantas pessoas são atropeladas , sofrem com sequelas para o resto de suas vidas? Quantas famílias perdem entes queridos todos os anos? Só em 2007 (só em 2007, hein?) foram 37,407 MORTES. Imaginem os casos que as pessoas continuam vivas, mas em cadeiras de rodas? Isso seriam acidentes? Acidentes “programados” a acontecer! O cúmulo! Como podemos chamar de acidente?

Querem exemplos? Vejam o vídeo abaixo e imaginem como seria mais fácil conviver num mundo menos carrificado.

É preciso rever nossa matriz de mobilidade! Não podemos depender exclusivamente de veículos automotores. Que eles existem e trazem certa comodidade, função, mas eles não podem nos dominar, pois é o que acontece. Somos dominados pelo carro, mas eles são apenas uma ferramenta! Precisamos rever maneiras mais éticas de mobilidade. Ética social e ambiental e econômicas!

A integração entre transportes públicos (ônibus-metrô-trêm-…), uso da bicicleta e o mais antigo de todos os modos de mobilidade, a caminhada ou pedestrianismo. Esquecemos que somos seres de dois pés! Podemos andar! Integrar é a palavra! Precisamos nos integrar mais ao nosso ambiente, seja ele natural, urbano, rural. Se nos integrarmos, poderemos visualizar estratégias menos danosas e mais saudáveis para nós e os futuros seres.