Bem, os números estão aí! Não que sejam as coisas mais importantes, mas retratam a barbárie econômica, social e ambiental dos sistemas de transporte das grandes cidades brasileiras (e porque não – já – das pequenas). Solução?? Não! Acredito em soluções. Integração é uma palavra de extrema importância. Integração dos modais de mobilidade urbana (ônibus, bici, metrô, bonde, carroça…), integração economológica (econômica e ecológica, pois o radical Oykos – casa está nos dois), integração da sociedade…
Concordo com essa perspectiva de consciência classista e acredito que uma saída da zona de conforto seria indispenável. Romper determinados medos e prerrogativas ligados ao falso status sustentado pela maioria do povo brasileiro. A ideia de poder que está no transporte privado, o qual sofreu grande influência desse capitalismo primata.
É importante atentar para uma autonomia coletiva, nas microrevoluções interiores que extrapolam nossas mentes, nossos corpos e se transformam e lutas de classes conscientes da mudança necessária. Vivemos numa rede de interdependência. Essa rede tem sido pende para o lado dos carros, quando seus proprietários (ou propensos) recebem subsídios que os encorajam a comprar mais veículos, enchendo as ruas de pessoas em caixas de fósforos metálicas ambulantes, isoladas dos barulhos do mundo em seus ares condicionados portáteis, que são climas artificiais endeuzados. Isolam o contato social mínimos das ruas, onde cruzamos com pessoas a todo momento. Os cheiros das cidades… Qual o cheiro da sua cidade? Dentro do seu carro fechado não se sente.
Enquanto isso, os números estão aí!! Quem paga pela desgraça no trânsito são os usuários do sistema de transporte público. Que contrasenso?? Enquanto as ruas são tomadas por mais carros, cada vez mais, todos os dias, mais pessoas sentem a desgraça imparcial dos benefícios nos cofres públicos de prefeituras que só pensam em lucrar às custas da sociedade. Projeto? Só de infra estrutura. Não existem projetos de cunho estratégico, e se ocorrem, são ínfimos em relação á construção de estádios pra copinhas, alargamento de avenidas, construção de viatutos… Pra quem? Não para as pessoas, mas para os carros. Os carros não movimentam as cidades, as pessoas são o sangue urbano e são elas que carregam nutrientes e curam doenças das urbes.
Suma importância nos localizarmos. Ter senso crítico sobre nossa situação, mas colocar-se no lugar dos outros. Ouvi uma vez: Todo ponto de vista é a vista de um ponto! Se somos vários pontos, precisamos nos transpor para outras situações e tentar ver por outros ângulos, outras luzes e cores, que da nossa perspectiva parecem inexistir, mas estão ali apenas esperando uma oportunidade de atenção. ATENÇÃO!
Ainda acredito no brilho do bom senso. Daqueles que parecem com o sol que surge depois de um dia nublado. Ilumina tudo! É o que falta para os citadinos e cidadãos. Precisamos de bom senso para andar nas ruas, lidar com os problemas urbanos, sociais, políticos, educacionais… E se colocar no lugar do outro, pode trazer lampejos de bom senso. Acredito na mudança. Se ela vem de uma hora pra outra, não sei, até suponho que não, mas ela sempre vem, e que a mobilidade urbana no mundo tende a mudar, isso é mais um processo da rede.