Enquanto uns choram, outros vendem lenço
Ninguém chorou literalmente, mas a sociedade quase perde.
Na noite de 16/05 (ontem), um movimento de atores da sociedade civil (estudantes, trabalhadores…) se organizou para um ato contra o aumento das passagens de ônibus e em prol da melhoria do transporte público em Natal ao lado do Midway mall. A REVOLTA DO BUSÃO.
Inicialmente, fiquei intrigado com a presença do policiamento. Homens armados, com cachorros e viaturas estavam presentes, realizando a ¨segurança¨ e para manter a ¨ordem¨. Felizmente, nenhuma participação ostensiva dessa categoria foi realmente necessária.
O mais triste foi um grupo que chegou com uma postura muito arbritrária e mal politizada, no sentido de ação Política ou ato Político (P – maiúsculo). Eles queriam mesmo, era promover o atual partido político que está na prefeitura de Natal e uma prefeita que tem descrédito com a população já faz algum tempo. Tentaram desligitimizar o engajamento das pessoas que estavam ali para requerer melhores condições de mobilidade e baixa nos preços dos ônibus.
Mas peraí…
Os do contra e os a favor
Meu velho tio, vendo filme de bang-bang, chamava os ¨bonzinhos¨ de os ¨a favor¨, e os ¨forasteiros¨ de ¨os do contra¨.
Tá, mas o que isso tem a ver?
Ali, naquele quiprocó que se arrumou, um movimento onde todos unidos deveriam gritar juntos, existiu uma separação. Alguns manifestantes estavam com faixas de apoio à prefeita Micarla de Souza e começaram a assumir uma postura de repúdio aos estudantes (principalmente). Chamo esses que estavam do lado da prefeita, de os ¨a favor¨. Eles estavam lá para fazer defesa à prefeita, em favor da manutenção de uma gestão pública irresponsável em diversas instâncias, para quebrar o movimento, desunir pessoas, e quase conseguiram. Quase!! Disseram que se os estudantes eram contra Micarla, estavam a favor do aumento das passagens (pasmemos) e que eram comprados por empresários (HEIN?). Uma estupidez das maiores que já vi! Nunca vi um ato político tomar esse rumo. Será que é a primeira vez no mundo?
A partir do momento que existiu essa postura pró-prefeita por parte de seus comissionados (segundo alguns testemunhos), houve uma resposta do outro grupo: os do contra, pessoas que estavam ali com propósito genuíno de reclamar melhoria da qualidade de vida urbana, nesse caso, dos transportes. Retomou-se o movimento FORA MICARLA! Ele estava adormecido, ou acontecendo na microescala pessoal, mas latente aguardando o momento de reclamar uma cidade com transporte justo. Essa era a oportunidade e foi catalizada pelos comissionados da prefeitura.
Confesso que no começo fui de encontro ao grito do fora Micarla, não que goste desta gestão, mas acreditava que o ato poderia tomar outro rumo, e tomou… Tentei unir as partes, mas percebi que uma delas era mais intransigente, tinha tomado uma postura ofensiva e caluniosa, e não era desse lado que eu queria ficar. Se não pode uni-los, junte-se àqueles que tem uma proposta coerente.
Resultado!!! FORA MICARLA!!!!!
Os do contra, que são contra cidades onde seus moradores sofram com roubos aos cofres públicos, mas preferem um ambiente saudável e justo em aspectos econômicos, sociais e ecológicos era onde eu me via, onde o engajamento estava desvinculado de politicagem barata, mas embebido de indignação social e com a proposta Política de repúdio ao aumento de passagens, melhoria na qualidade de transporte urbano e, não esqueçamos, FORA MICARLAAAAAAA!!!
O grupo coerente permaneceu unido, com palavras de ordem, faixas, apitos, alegria e exigências condizentes com a qualidade de vida urbana. Que as pessoas se engajem em movimentos sociais para modificar o panorama de corrupção e descaso com a sociedade.
Não ao aumento na tarifa de ônibus, estratégias inteligente para o transporte público integrado e fora Micarla!
Que nossas cidades estejam cada vez melhores.