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A fogueira que sobe pro céu
A terra a sustentar o fogo leve e quente. A terra imóvel, carregada pelo vento e dissolvida na água.
Meditativa é a terra. Estamos aterrados!
“A água com areia, brinca na beira do mar, a água passa, a areia fica no lugar”
Ela, molhada, desce com o peso. Esquenta com o fogo e forma ondas com o vento.
Somos rios e mares dentro de nós.
O vento brinca rodando tudo ao seu redor, leve, balança a rede e estamos nela. Passa as páginas do livro da vida e levanta poeira. Excitado pelo fogo do sol, de brisas a tempestades alisa as árvores.
O fogo balançado pelo vento esquenta a terra, a água e nos dá luz.
Cada lampejo de pensamento é fogo.
Somos água que corre dentro de nós.
Passea o ar dentro de nossas árvores internas.
A terra está em todo o corpo. Cada parte de nós é ela.
Como sentir isso imerso em tantas intempéries que conturbam nossa vista? A atenção passa! Não conseguimos atentar para os elementos dentro de nós porque temos muita informação e uma realidade difusa do lado de fora. Filhos, mães, o celular, trabalho, estradas, carro, prefeitura, lutas, ativismos, cores, distrações reais que podem ser modificadas. Esquecer a vida “comunhada”? Não, mas atentar o básico, o simples na frente de nossos olhos. Nele podemos encontrar respostas para a realidade distraída e complexa.
Paraísos particulares não existem
A não ser por particularidades do paraíso
Nem as propriedades privadas são “particulares” no sentido da posse
Amores, mulheres, homens, filhos
Nada é nosso
Podemos desfrutar tudo da melhor maneira possível, sendo sempre grato
E se desfazer depois de uma maneira satisfeita, com a vida e a morte feitas,
Porém incompletas.
Paraíso particular?
Não sei se me entendo ou apenas me vivo, mas pulsa o meu coração
Esses economistas…
Se você tem uma coisa que tá acabando, o que faz?
a- Economiza
b- Gasta
Pela teoria, devia-se usar menos para alguns poucos usos futuros, né??
Raciocínio lógico de economia domiciliar (a terra seria uma espécie de casa, não?), de mercado, e por aí, vai… mas dá-se subsídios pra usar mais um recurso que já está em vias de ser consumido até o fim. É muito contrasenso. Isso não é deseconomia?
Enquanto isso, a energia que vem do vento, do sol, que são muito mais baratas, disponíveis (alguma coisa relacionada a lei da oferta e da procura), não recebem apoio financeiro. Por que será? Interesses que não são mais excusos, estão na cara. Só é segredo para quem quer, ou se faz de ignorante. Os grandes do petróleo: indústria automobilística, petrolíferas, governos… todos querem mamar no seio da terra e se esquecem do futuro.
Sem falar no mal que é consequência do uso do petróleo. Aquecimento global não é apenas um argumento, mas um fato. Podemos discutir, mas… Seja por conta de nosso estilo de vida, combustíveis fósseis, ou não, sabe-se que o planeta está aquecendo. Eu, particularmente, acredito que influenciamos, e muito, o clima de nossa nave-casa. Tanto pela queima de combustíveis fósseis, quanto pelo desflorestamento por aumento de fronteira agrícola, consumo de madeira nobre da floresta amazônica, mata atlântica, caatinga e cerrado.
Não defendo o uso indiscriminado, mas que ele possa (como recurso) ser gerido de uma maneira mais inteligente, viável e sustentável em todos os aspectos possíveis.
Cartoons Michael Kountouris
Um dia maravilhoso no Parque de Capim Macio.
13 de Novembro de festa, votos, poesias, balanço de pneu com adultos-crianças. Um dia com capoeira angola e homenagens de pessoas fortes que se juntam pelo bem, envolvendo amor e ação por vidas de plantas, grilos, pessoas, ventos e luzes. Mágicos e crianças…
Todos unidos pela conservação de uma área verde muito importante, cheia de sentidos e vida.
Uma feijoada que alimentou mais que a alma!
Só vendo, só-rindo…
Semana passada estive em um evento que tratou temas urbanos, tais: a sustentabilidade, o planejamento, patrimônio histórico e cultural, entre tantos temas indispensáveis ao ambiente da sociedade humana: As cidades. Uma oportunidade de comungar com mais pessoas pensantes e pulsantes, lançamo-nos no evento, onde os acadêmicos discutem estratégias de uso do espaço urbano.
Observei a quantidade de copos descartáveis utilizados. Muitos, entre coffeebreaks, almoços, água… Fugacidade? Usa-se uma vez e joga fora. Saiu do campo de visão não existe mais. É assim? Como acadêmicos, pessoas (praticamente) instruídas, somos tão ignorantes? Sair da zona de conforto é complicado.
Fugacidade: Os ambientes, pessoas, “coisas”, em geral são usadas, tão logo descartadas, um mero produto do ritmo acelerado que impera nossas vidas (uso-desuso). Mas imaginem… Vivemos os ambientes, que nos habitam ao mesmo tempo num caráter de transação.
Empatia: Os olhos e espíritos se cruzam e toma força a união intuitiva de cor-ação. Juntamo-nos e somos atores ativos (ou não) de nossos contextos, podendo gerar reflexões sobre a realidade, que muitas vezes, nos deixamos impor.
Ressonâncias: Vibramos continuamente. Somos vibração e nos conectamos com o que lançamos todos os dias. Entrar em consonância com a cidade (ambiente, incluindo natureza natural) e as pessoas é indispensável, para uma sanidade corpórea, mental e ambiental.
co[R]pos?, Susto!
O que queremos para nossas vidas urbanas, nossas vidas em vida, mais fugacidade, descartabilidade? Queremos nossos coRpos vivendo até quando der. Unidos, reconhecendo e respeitando as diferenças e suas necessidades.
E foi um susto! De sustentabilidade mesmo! Onde ela estava? Apenas no discurso? Respeitamos o tempo de cada um no se descobrir ser-ecológico. Esperamos ter levado INTERROGAÇÕES para as pessoas com as quais dividimos nossas impressões no chão.
Dani, Pedro e Zeca, “apenas seis mãos” se juntaram para trazer uma reflexão prática no fim do evento. Eventos, processos e reencontros maravilhosos. Pudemos viver nossas inquietações e dividir-nos instantes da vida que nos foi presenteada.
Gratidão pela empatia e ressonância
Quer mais?
Para mim, a soja nunca foi uma salvadora do meio ambiente.
É bom ficar esperto e ler abaixo.
“Relatório da Repórter Brasil discute relação entre plantação de soja, desmatamento e Novo Código Florestal
Karol Assunção, da Adital
O avanço da soja e o Novo Código Florestal: uma análise dos impactos do projeto em debate no Congresso. Esse é o título do novo estudo do Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis da ONG Repórter Brasil. A publicação, divulgada na semana passada, mostra a relação entre desmatamento, plantação de soja e as discussões sobre o Novo Código Florestal.
O relatório aponta um crescimento de 2,9% de área plantada com soja no país na safra de 2010/2011. De acordo com o documento, a produtividade do grão subiu para 75 milhões de toneladas. Destaque para a região Centro-Oeste, onde a plantação aumentou 278 mil hectares.
Entretanto, ao mesmo tempo em que a pesquisa mostra um aumento na produção, revela também um crescimento das áreas desmatadas. “Se o avanço do grão é sinal do otimismo dos produtores, no caso dos ambientalistas é motivo para preocupação. A lavoura da soja, baseada na grande propriedade monocultora, tem incentivado o desmatamento em áreas do Cerrado e da Amazônia em diversos municípios brasileiros, onde, até então, a área da cultura já era dada como consolidada”, destaca.
Prova disso foi o que observou o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe). De acordo com o relatório da Repórter Brasil, o Instituto revelou que, neste ano, o número de áreas de soja em novos desmatamentos em Mato Grosso, Pará e Rondônia “quase que dobrou” em relação ao ano passado. Segundo o Inpe, a quantidade de áreas de desmatamentos recentes com soja nesses três estados passou de 76 para 147.
O desmatamento também foi elevado na Amazônia. Segundo o Sistema de Alerta de Desmatamento (SAD), de agosto de 2010 a junho de 2011, a derrubada de árvores na região aumentou 266% em relação ao período anterior.
O Centro de Monitoramento de Agrocombustíveis ainda chama atenção para o aumento do desmatamento no período das discussões sobre o Novo Código Florestal. Com base em análises do Instituto Centro de Vida (ICV) do Mato Grosso, o documento revela que a expectativa pela aprovação do Código tem gerado um crescimento no desmatamento no Estado. Isso porque, de acordo com informações do Instituto, muitas pessoas estão aumentando a destruição da vegetação com a intenção de receber anistia do desmatamento ilegal prevista no Novo Código.
“Segundo a Repórter Brasil apurou, associações de produtores rurais mato-grossenses chegaram a incentivar associados a praticarem o desmatamento, sob alegação de que as mudanças no Código Florestal livrariam os desmatadores de punição”, denuncia a publicação.
O desmatamento também não é o único problema relacionado à soja denunciado pelo relatório. Além dele, o estudo destaca as violações aos direitos humanos de trabalhadores da soja. “Atualmente, a ‘lista suja’ do trabalho escravo traz o registro de nove propriedades em que houve flagrante do crime na produção de soja. O número, entretanto, pode subir nas próximas divulgações da lista. Em 2010 e 2011, ao menos quatro empreendimentos voltados ao cultivo da soja foram palco da libertação de trabalhadores que eram submetidos a condições análogas à escravidão”, revela.
O relatório está disponível na íntegra em: http://www.reporterbrasil.org.br/documentos/Soja2011.pdf”