Archive for the ‘ Soul surf’art ’ Category

Elementos

 

A fogueira que sobe pro céu
A terra a sustentar o fogo leve e quente. A terra imóvel, carregada pelo vento e dissolvida na água.
Meditativa é a terra. Estamos aterrados!

“A água com areia, brinca na beira do mar, a água passa, a areia fica no lugar”

Ela, molhada, desce com o peso. Esquenta com o fogo e forma ondas com o vento.
Somos rios e mares dentro de nós.

O vento brinca rodando tudo ao seu redor, leve, balança a rede e estamos nela. Passa as páginas do livro da vida e levanta poeira. Excitado pelo fogo do sol, de brisas a  tempestades alisa as árvores.

O fogo balançado pelo vento esquenta a terra, a água e nos dá luz.

Cada lampejo de pensamento é fogo.
Somos água que corre dentro de nós.
Passea o ar dentro de nossas árvores internas.
A terra está em todo o corpo. Cada parte de nós é ela.

Como sentir isso imerso em tantas intempéries que conturbam nossa vista? A atenção passa! Não conseguimos atentar para os elementos dentro de nós porque temos muita informação e uma realidade difusa do lado de fora. Filhos, mães, o celular, trabalho, estradas, carro, prefeitura, lutas, ativismos, cores, distrações reais que podem ser modificadas. Esquecer a vida “comunhada”? Não, mas atentar o básico, o simples na frente de nossos olhos. Nele podemos encontrar respostas para a realidade distraída e complexa.

Alertar os caminhos

“And a great deal of adimiration
goes out to all those others travelers,
backpackers and surfers we met along the way.
Out there, on the go, seeing the world,
taking it all in.
Stay on track or off and enjoy the view.”

Paraísos particulares não existem

Paraísos particulares não existem
A não ser por particularidades do paraíso
Nem as propriedades privadas são “particulares” no sentido da posse
Amores, mulheres, homens, filhos
Nada é nosso
Podemos desfrutar tudo da melhor maneira possível, sendo sempre grato
E se desfazer depois de uma maneira satisfeita, com a vida e a morte feitas,
Porém incompletas.
Paraíso particular?
Não sei se me entendo ou apenas me vivo, mas pulsa o meu coração

Limites

Onde se separam a arte e o esporte?

Quando o 1 se distingue do 2?

Onde e quando a curva se junta com a reta?

Quando a sa´de se desvincula da sanidade?

Onde est´ o limite da m´sica em volume baixo?

Existem limites? As linhas existem porque as vemos, n´s as criamos e nos separamos do que est´ ao nosso redor, imediatamente dentro de n´s. Quando palavras deixam de existir por parecer faltar algo?

Falta, de fato?

A onda nos ´, o asfalto sou eu e ´voc^.

Ladeiras viram subidas e nos deitamos nos rios.

Pedalamos, respiramos, sentimos tudo que somos sem dintinç~es, simplesmente sendo o tudo que nos envolve sem limite. At´onde a bicicleta n~o sou eu? O que nos separa?

Sejamos e n~o sejamos os limites de n´s mesmos.

Sem limites, ilimite-se.

Lançar-se

Lançar no mar e ser onda,

Energia porta-vidas

subindo e descendo nas cristas

momentos de encantamento e sumiço

não ser

ser sem saber.

Cores que de onde?

Uma água salgada que pega fogo laranja

e refletindo o sol, o mar é quente.

Um arco baleno de todas as cores com nuvens,

uma sopa de vida corre em meu corpo

e eu deslizo.

Sentindo o vento e o cheiro salgados

sou sal, sol sal, sou água e fogo do astro

Sair?

Os pés cantando curvas, corpo no ar sem medo

de todas as direções por garantia.

Minhas barbatanas se reabrem e sou peixe.

Vida marinha que se desmancha

onda que bate na areia.

Pedalando músicas

Tribo de amor

Caminhava sozinho inicialmente. Uma tranquilidade tomava o corpo, o espírito, a mente coração. Leveza da qual me lembro poucas vezes ter sentido, mas senti.

Como geralmente estamos acompanhados independente de nossa solidão, apareceram os “Algodão-branco”. Pessoas com roupas claras, rasgadas, pela textura, algodão que se desfazia sem compromisso de ser recolocado, costurado. Simplesmente viver o tecido da pele.

Íamos nos olhando, todos seres que miravam a Tribo de Amor localizada à frente. Onde? Não sabíamos exatamente, mas caminhávamos acompanhados de nós mesmos e toda aquela energia que não sabia de onde vinha! Saltos, risos e mais passos.

De repende… Capuzes negros. Se aproximaram de nós e tomaram uma postura de seguir. Isso inquietou, fez-me tomar uma postura defensiva e ofensiva. “Quem são vocês? O que querem? Não machuquem ninguém!” Minha preocupação era com os “Capuz-negro” que escondiam o rosto. Disserram que estavam conosco na caminhada. Senti-me triste. Como pude ser tão preconceituoso? De fato, estavam conosco. Eram seres de luz, mas de outro lugar e que só emitiam a claridade quando necessário. Percebi que precisava me desprender das visões que me limitam a mim como centro (que também somos). “Somos seres de luz, meu irmão!” Fizeram sinal da cruz, nos abraçamos, inclusive o capitão “Algodão” se distanciou um pouco. Depois, chegamos juntos e nos abraçamos na caminhada, como quem é irmão. Éramos irmãos de passos e caminhávamos.

Mais gente se juntava. Pessoas de todas as cores e forças. Sorrisos, olhares, danças… Uma mutidão que sabia tomar um rumo para o bem. Para escolhas e contatos que faziam mundos melhores. Uma deusa pula na minha frente, sorri e dança e pula e sorri. Piscamos os olhos juntos. Quando abro os olhos, estou com um gigante sorriso. Deitado na minha cama. Sentindo que estou junto e me unirei a mais pessoas de luz. Perco o sono! Sem estar cansado ou chateado por isso. Simplesmente recarregado, cheio de energia pra criar, sentir, viver…

Segunda vez que entro nesse caminho dos sonhos. Essa vez fui mais adiante. Espero me encontrar com meus companheiros novamente. Não chegamos onde sentíamos que ia chegar… Por enquanto.

Seria o encontro que reunirá gente desse mundo para um melhor futuro-presente? Senti de vez que a força da Rio+20 e da Cúpula dos Povos é mais que uma reunião de pessoas pela economia, sustentabilidade, cidades melhores, mas na verdade, uma congregação de seres que sentem a mudança chegando. Estarei lá!

Tantos movimentos em nossas cidades. Pessoas se juntando pra o BEM. Gratidão a todos os coletivos, grupos, forças de mudança para um mundo melhor e justo.

Gratidão pelas visões que me chegam nos devaneios.

Turismo precisa de florestas

Carro ou bici?

O danado é que ainda se perguntam…

Permissão

Presenciado em boa companhia nas rampas do metrô do Terminal Integrado de Passageiros – TIP, Pernambuco.