Caminhava sozinho inicialmente. Uma tranquilidade tomava o corpo, o espírito, a mente coração. Leveza da qual me lembro poucas vezes ter sentido, mas senti.
Como geralmente estamos acompanhados independente de nossa solidão, apareceram os “Algodão-branco”. Pessoas com roupas claras, rasgadas, pela textura, algodão que se desfazia sem compromisso de ser recolocado, costurado. Simplesmente viver o tecido da pele.
Íamos nos olhando, todos seres que miravam a Tribo de Amor localizada à frente. Onde? Não sabíamos exatamente, mas caminhávamos acompanhados de nós mesmos e toda aquela energia que não sabia de onde vinha! Saltos, risos e mais passos.
De repende… Capuzes negros. Se aproximaram de nós e tomaram uma postura de seguir. Isso inquietou, fez-me tomar uma postura defensiva e ofensiva. “Quem são vocês? O que querem? Não machuquem ninguém!” Minha preocupação era com os “Capuz-negro” que escondiam o rosto. Disserram que estavam conosco na caminhada. Senti-me triste. Como pude ser tão preconceituoso? De fato, estavam conosco. Eram seres de luz, mas de outro lugar e que só emitiam a claridade quando necessário. Percebi que precisava me desprender das visões que me limitam a mim como centro (que também somos). “Somos seres de luz, meu irmão!” Fizeram sinal da cruz, nos abraçamos, inclusive o capitão “Algodão” se distanciou um pouco. Depois, chegamos juntos e nos abraçamos na caminhada, como quem é irmão. Éramos irmãos de passos e caminhávamos.
Mais gente se juntava. Pessoas de todas as cores e forças. Sorrisos, olhares, danças… Uma mutidão que sabia tomar um rumo para o bem. Para escolhas e contatos que faziam mundos melhores. Uma deusa pula na minha frente, sorri e dança e pula e sorri. Piscamos os olhos juntos. Quando abro os olhos, estou com um gigante sorriso. Deitado na minha cama. Sentindo que estou junto e me unirei a mais pessoas de luz. Perco o sono! Sem estar cansado ou chateado por isso. Simplesmente recarregado, cheio de energia pra criar, sentir, viver…
Segunda vez que entro nesse caminho dos sonhos. Essa vez fui mais adiante. Espero me encontrar com meus companheiros novamente. Não chegamos onde sentíamos que ia chegar… Por enquanto.
Seria o encontro que reunirá gente desse mundo para um melhor futuro-presente? Senti de vez que a força da Rio+20 e da Cúpula dos Povos é mais que uma reunião de pessoas pela economia, sustentabilidade, cidades melhores, mas na verdade, uma congregação de seres que sentem a mudança chegando. Estarei lá!
Tantos movimentos em nossas cidades. Pessoas se juntando pra o BEM. Gratidão a todos os coletivos, grupos, forças de mudança para um mundo melhor e justo.
Gratidão pelas visões que me chegam nos devaneios.