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Pontos de vista

Cada um de nós é um ponto
Pontos constituídos de vários pontos!
Unidos, formamos imagens!
Unidos, somos arte.
Espragatados na tela
Duas dimensões apenas

43 pessoas

Desejar bom dia é difícil? Não por cumprimentar apenas, ato “maquinado”, automático,  mas desejando com suas tripas que o outro tenha um bom dia.  Esse acho que é difícil…

Alguns momentos não lembramos nem de nós em nosso egoísmo. Que paradoxo! Seria apenas a ocasião dos olhos do coração fechados? Quando necessitamos algo, ajuda em termos de saúde, apoio, carinho, uma palavra, esquecemos que enfrentaremos – num sentido de estar em frente de – o nós. Acontece entre o eu e o aquele do qual estou precisando. Mas o outro precisa de nós para ser também, para saber de seu potencial de ajuda.

Imaginem um posto de saúde onde todos que precisam de ajuda, atendimento médico e cuidado, talvez pela enfermidade, esqueça que o outro vai atender. Tá! Mas imagina que uma pessoa o dia todo, ali, ajudando, não recebe um bom dia, um boa tarde, ou apenas um olhar de compreensão por trabalhar em condições nada favoráveis, mas ali está…

Que o diga, D. Eleonora! Personagem de uma história de 44 pessoas, contando com ela. Depois de 42 pessoas passando por suas mãos, apenas o 43º lhe deseja um bom dia de chegada. Ela assume: “Você acredita que é o primeiro a desejar bom dia hoje?” Eram 11 horas, e ninguém sequer se importa, ou se conecta com o outro quando precisa. E continua: “É assim todo dia e todo o dia!”. Isso ocorre todos os dias com milhões de invisíveis que passam ao nosso lado. Observamos as pessoas passarem, mas simplismente passarem, como uma coisa, um corpo a mais a passar. Não há necessidade de colapsar a exitência e fazer reverência a tudo e todos, mas o fato de saber que se é mais um, tanto quanto outros.

O número de pessoas não importa, o relato de D. Eleonora tampouco, mas o fato é…

O bom dia que sai de sua boca, sai de sua alma? É um desejo de bom dia, ou mais um automação social que foi institucionalizada?